NOME: Rafael BonicheCURSO TREINADOR FUTSAL: Não tem
ANOS COMO TREINADOR: 1 ano
CLUBES QUE TREINOU: Atalaia
IDADE: 36 anos
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O convidado de hoje é Rafael Boniche treinador da equipa sénior da Atalaia, numa entrevista directa e sem receios o jovem treinador põe o dedo na ferida. Agradeço a sua disponibilidade e coragem pela forma como abordou as perguntas, sem fugir a nenhuma questão.
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O convidado de hoje é Rafael Boniche treinador da equipa sénior da Atalaia, numa entrevista directa e sem receios o jovem treinador põe o dedo na ferida. Agradeço a sua disponibilidade e coragem pela forma como abordou as perguntas, sem fugir a nenhuma questão.
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A equipa da Atalaia é considerada por muitos, uma das candidatas ao titulo Algarvio, tem atletas com algum talento individual, mas parece não se confirmar em campo essas expectativas.
Que tem corrido mal nestes últimos jogos, pareciam bem no primeiro terço do campeonato?
RAFAEL BONICHE: Só quem não conhece a realidade deste clube nos pode apontar como candidatos à subida. Estamos a falar de um clube que em 7 épocas de futsal têm uma média de 2 treinadores por época. Só por uma vez um treinador chegou ao fim da época. Sente-se a falta de um trabalho de continuidade aliada à falta de motivação e ambição que estes atletas têm demonstrado, estando no futsal por estar e quando assim é torna-se difícil trabalhar. A juntar a isso fizemos 1 mês de pré-época com apenas 8 jogadores e 1 guarda redes, o que nos levou a fazer 1 ponto nas 3 primeiras jornadas. Andámos sempre atrás do prejuízo e o grupo desmotivou-se muito. Alguns atletas começaram a faltar muito aos treinos, o que dificultou a recuperação, e ainda temos o treinador mais inexperiente do distrital. Tecnicamente temos alguns jogadores muito fortes mas mentalmente, somos, na minha opinião, das equipas mais fracas do distrital. Por tudo isto, e mais, que não vale a pena aqui adiantar considero que não somos candidatos.
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A Atalaia é uma equipa formada por uma maioria de atletas formados no clube, que se conhecem bem, esse é um problema para não conseguirem os seus objectivos ou pelo contrário ajuda a ultrapassar dificuldades?
RAFAEL BONICHE: É claramente um problema. Nestes últimos anos tem havido muitas divergências entre alguns jogadores e entre jogadores e treinadores que por aqui têm passado e com a direcção do Clube a defender sempre os jogadores e a afastar os treinadores. Isso faz com que os jogadores se sintam intocáveis e a fazer o que querem, com alguns a abandonar a época a meio e a serem inscritos na época seguinte. O Clube precisa de uma limpeza de balneário profunda e urgente. A direcção do Clube entende que este é um Clube de um bairro social e os miúdos do bairro devem jogar. Esta é a postura que tem defendido, mas vamos ver se é esta época que conseguimos fazer essa arrumação.
Faz-me confusão como é que jovens que cresceram juntos no mesmo bairro se dão tão bem fora do local de treino, ou seja ,na sua vida social e dentro de campo incapazes de se respeitarem uns aos outros e a terem muito pouca atitude, sendo alguns elementos da equipa dotados de muito talento.
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No início do mês foram reforçados com o ingresso de um jogador talentoso e com grande experiencia (Pedrinho – saiu do Louletano), o Pagani parece agora começar a reaparecer, são peças importantes para a segunda metade do campeonato?
RAFAEL BONICHE: O Pedrinho é um excelente jogador mas não ganha jogos sozinho, prova disso é que perdemos os 2 jogos desde que ele chegou. Quando o grupo é forte mentalmente torna-se fácil a integração dos jogadores mas se o grupo é fraco mentalmente, o jogador que entra torna-se apenas mais um. Quanto ao Pagani, infelizmente teve um acidente de viação que o levou a afastar-se dos treinos por 2 meses. Estando neste momento a regressar. Espero que estes jogadores nos ajudem a fazer uma 2ª volta melhor.
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A maior parte das equipas do Distrital joga em 3x1, muito poucas utilizam o 4x0, será por não terem rotinas / ou não terem o conhecimento ideal para a utilização do 4x0. Digo isto porque, também vejo que quem joga em 3x1, utiliza um pivot móvel que muitas vezes cai numa ala. Será que o pivot está em vias de extinção ou é também uma evolução dessa posição específica?
RAFAEL BONICHE: Temos que ver que nos distritais se treina numa semana o que uma equipa profissional treina num dia. Há pouco tempo de treino e não é fácil adquirir rotinas para dois sistemas de jogo. Aliado a isso o 4X0 é o sistema de jogo mais difícil de treinar, sendo necessário uma grande forma física para ser bem executado, o que com o tempo de treino que se dispõe no distrital não é fácil adquirir. Por ultimo o 4X0 é mais eficaz contra equipas que pressionem alto e no distrital praticamente todas as equipas defendem no seu meio campo, tornando muito difícil a aplicação do 4x0.
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A equipa da Atalaia é considerada por muitos, uma das candidatas ao titulo Algarvio, tem atletas com algum talento individual, mas parece não se confirmar em campo essas expectativas.
Que tem corrido mal nestes últimos jogos, pareciam bem no primeiro terço do campeonato?
RAFAEL BONICHE: Só quem não conhece a realidade deste clube nos pode apontar como candidatos à subida. Estamos a falar de um clube que em 7 épocas de futsal têm uma média de 2 treinadores por época. Só por uma vez um treinador chegou ao fim da época. Sente-se a falta de um trabalho de continuidade aliada à falta de motivação e ambição que estes atletas têm demonstrado, estando no futsal por estar e quando assim é torna-se difícil trabalhar. A juntar a isso fizemos 1 mês de pré-época com apenas 8 jogadores e 1 guarda redes, o que nos levou a fazer 1 ponto nas 3 primeiras jornadas. Andámos sempre atrás do prejuízo e o grupo desmotivou-se muito. Alguns atletas começaram a faltar muito aos treinos, o que dificultou a recuperação, e ainda temos o treinador mais inexperiente do distrital. Tecnicamente temos alguns jogadores muito fortes mas mentalmente, somos, na minha opinião, das equipas mais fracas do distrital. Por tudo isto, e mais, que não vale a pena aqui adiantar considero que não somos candidatos.
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A Atalaia é uma equipa formada por uma maioria de atletas formados no clube, que se conhecem bem, esse é um problema para não conseguirem os seus objectivos ou pelo contrário ajuda a ultrapassar dificuldades?
RAFAEL BONICHE: É claramente um problema. Nestes últimos anos tem havido muitas divergências entre alguns jogadores e entre jogadores e treinadores que por aqui têm passado e com a direcção do Clube a defender sempre os jogadores e a afastar os treinadores. Isso faz com que os jogadores se sintam intocáveis e a fazer o que querem, com alguns a abandonar a época a meio e a serem inscritos na época seguinte. O Clube precisa de uma limpeza de balneário profunda e urgente. A direcção do Clube entende que este é um Clube de um bairro social e os miúdos do bairro devem jogar. Esta é a postura que tem defendido, mas vamos ver se é esta época que conseguimos fazer essa arrumação.
Faz-me confusão como é que jovens que cresceram juntos no mesmo bairro se dão tão bem fora do local de treino, ou seja ,na sua vida social e dentro de campo incapazes de se respeitarem uns aos outros e a terem muito pouca atitude, sendo alguns elementos da equipa dotados de muito talento.
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No início do mês foram reforçados com o ingresso de um jogador talentoso e com grande experiencia (Pedrinho – saiu do Louletano), o Pagani parece agora começar a reaparecer, são peças importantes para a segunda metade do campeonato?
RAFAEL BONICHE: O Pedrinho é um excelente jogador mas não ganha jogos sozinho, prova disso é que perdemos os 2 jogos desde que ele chegou. Quando o grupo é forte mentalmente torna-se fácil a integração dos jogadores mas se o grupo é fraco mentalmente, o jogador que entra torna-se apenas mais um. Quanto ao Pagani, infelizmente teve um acidente de viação que o levou a afastar-se dos treinos por 2 meses. Estando neste momento a regressar. Espero que estes jogadores nos ajudem a fazer uma 2ª volta melhor.
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A maior parte das equipas do Distrital joga em 3x1, muito poucas utilizam o 4x0, será por não terem rotinas / ou não terem o conhecimento ideal para a utilização do 4x0. Digo isto porque, também vejo que quem joga em 3x1, utiliza um pivot móvel que muitas vezes cai numa ala. Será que o pivot está em vias de extinção ou é também uma evolução dessa posição específica?
RAFAEL BONICHE: Temos que ver que nos distritais se treina numa semana o que uma equipa profissional treina num dia. Há pouco tempo de treino e não é fácil adquirir rotinas para dois sistemas de jogo. Aliado a isso o 4X0 é o sistema de jogo mais difícil de treinar, sendo necessário uma grande forma física para ser bem executado, o que com o tempo de treino que se dispõe no distrital não é fácil adquirir. Por ultimo o 4X0 é mais eficaz contra equipas que pressionem alto e no distrital praticamente todas as equipas defendem no seu meio campo, tornando muito difícil a aplicação do 4x0.
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O Campeonato deste ano está muito equilibrado, mas o equilíbrio não é sinónimo de qualidade. Em tua opinião é um campeonato nivelado, mas de qualidade ou por baixo?
RAFAEL BONICHE: Penso que este ano, ao contrário do anterior, está nivelado por alto. A grande maioria das equipas apresentam qualidade, qualquer equipa pode perder pontos em qualquer jogo. Creio mesmo, que o campeão só se vai decidir nas ultimas 2 jornadas.
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Quais as maiores dificuldades que tens sentido para a organização do trabalho semanal? Para o sucesso de uma equipa conta muito o trabalho que se tem durante a semana de treinos.
RAFAEL BONICHE: As principais dificuldades são a mentalidade e a ausência de muitos jogadores aos treinos. Raramente fazemos um treino com 60% do plantel e muitas vezes só treinamos com 1 guarda redes o que complica a preparação do treino para o treinador. Quase sempre, na hora, tenho de alterar os exercícios programados, pois a falta de comparência de alguns jogadores implica alterações que determinam os exercícios em si. Falta uma grande cultura de treino por parte dos jogadores, principalmente os do bairro, tendo inclusive jogadores que ficam duas ou mais semanas sem aparecer.
Esta época só por duas vezes (e já vamos com onze jogos) consegui fazer convocatória, tendo mesmo em alguns jogos apenas dois ou três jogadores no banco, como por ex. no ultimo jogo fora contra os Putos da Rua, tínhamos só dois suplentes que juntos apenas tinham dez minutos de utilização em todo o campeonato. Acabamos por perder esse jogo nos instantes finais. Quero querer que com todo o plantel a treinar teríamos mais sucesso.
Actualmente começa a aparecer o que eu chamo de geração do Futsal, ou seja, atletas que chegam a seniores com formação no Futsal, o que não acontecia há uns anos atrás, porque só vinha para o Futsal quem não tinha sucesso no futebol 11.
Que importância tem para ti a formação do atleta, na nossa modalidade?
RAFAEL BONICHE: É fundamental a formação do atleta. Chegam aos seniores com mais bases e cultura táctica, aumentando a sua qualidade como jogadores e a qualidade da equipa, tornando mais fácil o treino ao treinador. Começando a treinar futsal desde miúdos o jogador ganha uma paixão pelo jogo que um jogador que vem do futebol de 11 não tem. Penso que a formação é a base para o aumento da qualidade na modalidade.
A formação num clube é importante, no entanto a Atalaia não tem escalões de formação, (no passado teve equipas muito talentosas). É por terem poucos apoios que não investem na formação?
RAFAEL BONICHE: Torna-se muito difícil para um clube com pouquíssimos apoios (quando existem) inscrever mais que uma equipa. As despesas são muitas para suportar uma equipa quanto mais para duas. As inscrições dos atletas são muito caras, mais arbitragem, policiamento, deslocações entre outras não é nada fácil.
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Que análise fazes ao Futsal Algarvio?
RAFAEL BONICHE: O Futsal Algarvio evoluiu muito ao nível de qualidade das equipas que trabalham muito bem apostando cada vez mais na formação, o que contribui muito para a evolução dos jogadores, das equipas e consequentemente do Futsal Algarvio. Porém a nível de infra-estruturas está parado no tempo há muitos anos. Pisos escorregadios quando chove devido ao estado dos pavilhões, arbitragens que não aparecem aos jogos, muitos árbitros sem qualidade, falta de placares electrónicos etc… Estes são algumas infra-estruturas que deviam ser prioritariamente melhoradas. A Associação de Futebol do Algarve que tanto exige aos clubes aplicando multas por tudo e por nada, devia fazer mais atenção a todos estes problemas pois na minha opinião são os que menos contribuem para a evolução do Futsal Algarvio.
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Existem duas divisões nos distritais, parece existir um grande desnível, nas equipas. Os nossos campeonatos estão bem estruturados?
Todos os anos aparecem e desaparecem equipas, isso também não é benéfico.
RAFAEL BONICHE: São muitas equipas para se fazer uma divisão só e poucas equipas para se fazer 2 divisões. Ainda assim penso que duas divisões é a melhor solução.
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A capital Algarvia parece este ano querer mostrar que tem potencial. Tem uma equipa nos nacionais, duas na 1ª. Divisão Distrital e o Bonjoanenses na segunda divisão distrital. Acreditas que existe espaço para tantas equipas?
A autarquia tem demonstrado interesse em apoiar os clubes em termos de infra-estruturas. Já que só existe 1 pavilhão e todos sabemos as condições que tem.
RAFAEL BONICHE: Sim, penso que há espaço para tantas equipas. É positivo para o futsal que apareçam novas equipas, desde que continuem dentro da modalidade. Em relação às infra-estruturas estamos muito mal. É inexplicável como é que Faro capital do Algarve tem apenas um pavilhão para treinar, ainda por cima com as condições que todos nós conhecemos (péssimas). Lembro-me que há pouco tempo, durante a paragem do campeonato e numa altura em que choveu 3 semanas consecutivas apenas realizamos 2 treinos em 3 semanas devido ao piso escorregadio. Tem havido um grande relaxamento por parte da Autarquia em relação a este assunto. Na altura das eleições aparecem junto dos clubes com promessas e boas intenções, depois é o que se vê!!!
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Ao fim de 11 jornadas e com a equipa da Atalaia a cair para o 7º lugar, quem vês com mais possibilidade de vencer o Distrital?
RAFAEL BONICHE: Casa do Benfica, Stº Estevão e São Pedro, um dos três vai ser campeão.
Para mim a melhor equipa é o Stº Estevão, é a que mais evoluiu do 1º jogo até agora e a que melhor qualidade táctica apresenta. Contudo gostava que fosse o São Pedro a subir.
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Estamos bem representados nos campeonatos nacionais?
RAFAEL BONICHE: Penso que sim, as equipas que estão no nacional têm feito um excelente trabalho, estão muito bem orientadas e tranquilas na classificação.
Numa sequencia de perguntas e respostas rápidas:
Qual o melhor treinador português?
RAFAEL BONICHE: Alipio Matos
Qual o melhor treinador algarvio?
RAFAEL BONICHE: Xabregas, Tomás e Rosa Coutinho nos últimos anos têm sido os mais consistentes. Não consigo dizer qual o melhor.
Qual o melhor jogador português?
RAFAEL BONICHE: Ricardinho. A curto prazo Cardinal.
Qual o melhor jogador algarvio?
RAFAEL BONICHE: Pedro Cary.
Qual a melhor equipa algarvia?
RAFAEL BONICHE: Albufeira Futsal.
Quem vai ser campeão Distrital?
RAFAEL BONICHE: Stº Estevão.
Existe algum jogador algarvio em condições para jogar num grande?
RAFAEL BONICHE: O Cary tem tido uma excelente evolução, poderá num futuro próximo chegar a um grande do Futsal Português.
O Campeonato deste ano está muito equilibrado, mas o equilíbrio não é sinónimo de qualidade. Em tua opinião é um campeonato nivelado, mas de qualidade ou por baixo?
RAFAEL BONICHE: Penso que este ano, ao contrário do anterior, está nivelado por alto. A grande maioria das equipas apresentam qualidade, qualquer equipa pode perder pontos em qualquer jogo. Creio mesmo, que o campeão só se vai decidir nas ultimas 2 jornadas.
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Quais as maiores dificuldades que tens sentido para a organização do trabalho semanal? Para o sucesso de uma equipa conta muito o trabalho que se tem durante a semana de treinos.
RAFAEL BONICHE: As principais dificuldades são a mentalidade e a ausência de muitos jogadores aos treinos. Raramente fazemos um treino com 60% do plantel e muitas vezes só treinamos com 1 guarda redes o que complica a preparação do treino para o treinador. Quase sempre, na hora, tenho de alterar os exercícios programados, pois a falta de comparência de alguns jogadores implica alterações que determinam os exercícios em si. Falta uma grande cultura de treino por parte dos jogadores, principalmente os do bairro, tendo inclusive jogadores que ficam duas ou mais semanas sem aparecer.
Esta época só por duas vezes (e já vamos com onze jogos) consegui fazer convocatória, tendo mesmo em alguns jogos apenas dois ou três jogadores no banco, como por ex. no ultimo jogo fora contra os Putos da Rua, tínhamos só dois suplentes que juntos apenas tinham dez minutos de utilização em todo o campeonato. Acabamos por perder esse jogo nos instantes finais. Quero querer que com todo o plantel a treinar teríamos mais sucesso.
Actualmente começa a aparecer o que eu chamo de geração do Futsal, ou seja, atletas que chegam a seniores com formação no Futsal, o que não acontecia há uns anos atrás, porque só vinha para o Futsal quem não tinha sucesso no futebol 11.
Que importância tem para ti a formação do atleta, na nossa modalidade?
RAFAEL BONICHE: É fundamental a formação do atleta. Chegam aos seniores com mais bases e cultura táctica, aumentando a sua qualidade como jogadores e a qualidade da equipa, tornando mais fácil o treino ao treinador. Começando a treinar futsal desde miúdos o jogador ganha uma paixão pelo jogo que um jogador que vem do futebol de 11 não tem. Penso que a formação é a base para o aumento da qualidade na modalidade.
A formação num clube é importante, no entanto a Atalaia não tem escalões de formação, (no passado teve equipas muito talentosas). É por terem poucos apoios que não investem na formação?
RAFAEL BONICHE: Torna-se muito difícil para um clube com pouquíssimos apoios (quando existem) inscrever mais que uma equipa. As despesas são muitas para suportar uma equipa quanto mais para duas. As inscrições dos atletas são muito caras, mais arbitragem, policiamento, deslocações entre outras não é nada fácil.
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Que análise fazes ao Futsal Algarvio?
RAFAEL BONICHE: O Futsal Algarvio evoluiu muito ao nível de qualidade das equipas que trabalham muito bem apostando cada vez mais na formação, o que contribui muito para a evolução dos jogadores, das equipas e consequentemente do Futsal Algarvio. Porém a nível de infra-estruturas está parado no tempo há muitos anos. Pisos escorregadios quando chove devido ao estado dos pavilhões, arbitragens que não aparecem aos jogos, muitos árbitros sem qualidade, falta de placares electrónicos etc… Estes são algumas infra-estruturas que deviam ser prioritariamente melhoradas. A Associação de Futebol do Algarve que tanto exige aos clubes aplicando multas por tudo e por nada, devia fazer mais atenção a todos estes problemas pois na minha opinião são os que menos contribuem para a evolução do Futsal Algarvio.
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Existem duas divisões nos distritais, parece existir um grande desnível, nas equipas. Os nossos campeonatos estão bem estruturados?
Todos os anos aparecem e desaparecem equipas, isso também não é benéfico.
RAFAEL BONICHE: São muitas equipas para se fazer uma divisão só e poucas equipas para se fazer 2 divisões. Ainda assim penso que duas divisões é a melhor solução.
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A capital Algarvia parece este ano querer mostrar que tem potencial. Tem uma equipa nos nacionais, duas na 1ª. Divisão Distrital e o Bonjoanenses na segunda divisão distrital. Acreditas que existe espaço para tantas equipas?
A autarquia tem demonstrado interesse em apoiar os clubes em termos de infra-estruturas. Já que só existe 1 pavilhão e todos sabemos as condições que tem.
RAFAEL BONICHE: Sim, penso que há espaço para tantas equipas. É positivo para o futsal que apareçam novas equipas, desde que continuem dentro da modalidade. Em relação às infra-estruturas estamos muito mal. É inexplicável como é que Faro capital do Algarve tem apenas um pavilhão para treinar, ainda por cima com as condições que todos nós conhecemos (péssimas). Lembro-me que há pouco tempo, durante a paragem do campeonato e numa altura em que choveu 3 semanas consecutivas apenas realizamos 2 treinos em 3 semanas devido ao piso escorregadio. Tem havido um grande relaxamento por parte da Autarquia em relação a este assunto. Na altura das eleições aparecem junto dos clubes com promessas e boas intenções, depois é o que se vê!!!
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Ao fim de 11 jornadas e com a equipa da Atalaia a cair para o 7º lugar, quem vês com mais possibilidade de vencer o Distrital?
RAFAEL BONICHE: Casa do Benfica, Stº Estevão e São Pedro, um dos três vai ser campeão.
Para mim a melhor equipa é o Stº Estevão, é a que mais evoluiu do 1º jogo até agora e a que melhor qualidade táctica apresenta. Contudo gostava que fosse o São Pedro a subir.
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Estamos bem representados nos campeonatos nacionais?
RAFAEL BONICHE: Penso que sim, as equipas que estão no nacional têm feito um excelente trabalho, estão muito bem orientadas e tranquilas na classificação.
Numa sequencia de perguntas e respostas rápidas:
Qual o melhor treinador português?
RAFAEL BONICHE: Alipio Matos
Qual o melhor treinador algarvio?
RAFAEL BONICHE: Xabregas, Tomás e Rosa Coutinho nos últimos anos têm sido os mais consistentes. Não consigo dizer qual o melhor.
Qual o melhor jogador português?
RAFAEL BONICHE: Ricardinho. A curto prazo Cardinal.
Qual o melhor jogador algarvio?
RAFAEL BONICHE: Pedro Cary.
Qual a melhor equipa algarvia?
RAFAEL BONICHE: Albufeira Futsal.
Quem vai ser campeão Distrital?
RAFAEL BONICHE: Stº Estevão.
Existe algum jogador algarvio em condições para jogar num grande?
RAFAEL BONICHE: O Cary tem tido uma excelente evolução, poderá num futuro próximo chegar a um grande do Futsal Português.
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Luis Barradas
