Mostrar mensagens com a etiqueta NUNO FRANCO. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta NUNO FRANCO. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 15 de abril de 2010

ENTREVISTA COM NUNO FRANCO - TREINADOR JUNIORES DA GEJUPCE

NOME: Nuno Franco
CURSO TREINADOR FUTSAL: Nível II
ANOS COMO TREINADOR: 5
CLUBES QUE TREINOU: Gejupce
IDADE: 39 anos

Foi sem duvida a equipa mais regular durante todo o campeonato, sem individualidades de grande destaque, fazendo do conjunto o seu ponto forte a equipa de juniores da Gejupce foi a grande merecedora deste título. Estreia-se no próximo fim-de-semana na Taça Nacional de Juniores.
Numa entrevista com Nuno Franco em que também participaram os seu colaboradores directos: Paulo Júnior, Gary e Zé Luis.
.
.
Foi um título conquistado com enorme sacrifício e espírito colectivo, foi esse o vosso segredo?
NUNO FRANCO: Os aspectos técnicos e tácticos foram muito importantes para ter-mos atingido este feito, muito importante para o clube, mas o espírito de grupo e uma grande entrega dos jogadores e de toda a equipa técnica, foram os principais ingredientes para conseguir o título de campeões.


A Gejupce é um clube que investe bastante na formação, como poucos clubes no Algarve. E aparecem com os escalões de juniores e juvenis com bastante qualidade. É esse o trabalho que pretendem fazer, para que a formação seja um garante de qualidade da equipa sénior? Quantos atletas da vossa formação existem na equipa sénior?
NUNO FRANCO: É claro que qualquer clube com escalões de formação, trabalha para atingir objectivos e a GEJUPCE não é excepção, sendo que um deles será o de colocar o maior número possível de jogadores no escalão de seniores, que é obviamente, o escalão que dá acesso a voos mais altos, ou seja, os nacionais. Actualmente, na época 2009/2010. Estão inscritos, no escalão de seniores 7 jogadores que são oriundos dos escalões de formação.


O futuro desta equipa parece estar garantido, mesmo que subam alguns jogadores a seniores têm um suporte de qualidade na equipa de juvenis. É mais fácil para um treinador receber este tipo de atletas? Podem evoluir para outros níveis, sem saltar etapas na formação.
NUNO FRANCO: O escalão de juniores, para época 2010/2011, vai receber alguns atletas de muito boa qualidade, oriundos do escalão de juvenis, mas o sucesso da equipa nunca está garantido só por ter um excelente plantel, porque se não for feito um trabalho específico, durante toda a época, e mesmo que os jogadores sejam de qualidade acima da média, os objectivos poderão não ser atingidos. É óbvio que receber jogadores que já tenham formação de futsal torna tudo mais fácil, facilitando todo o trabalho que é previamente planeado para os treinos. Na minha opinião todos os atletas devem completar a sua formação no seu próprio escalão, o que não impede que sejam incluídos num escalão superior para fazer alguns jogos oficiais, quando haja necessidade. Na minha opinião, poderá ser prejudicial para a personalidade do atleta, a alteração nas etapas de formação.


Nuno tu tens alguns anos de experiência com equipas de juniores que análise fases do futsal actual na formação?
NUNO FRANCO: Todos os clubes que tenham escalões de formação devem ter a preocupação de começar logo no escalão de escolas a fazer trabalho específico para essas idades. É claro que esse trabalho tem que ser alargado também para todos os outros escalões, mas para isso teria existir um plano previamente estabelecido. Todos os clubes de futsal deveriam ter um coordenador que fizesse um plano trabalho em que englobasse todos os escalões, e ao mesmo tempo fizesse o supervisionamento do mesmo, ao longo de toda a época. A GEJUPCE é um clube amador, assim como maior parte dos clubes de futsal, sendo que nenhum treinador ou mesmo colaborador é remunerado e para existir um trabalho a esse nível teria que haver, no mínimo, um suporte financeiro para que essa situação fosse possível.


Numa altura em que já conheces os adversários da Taça Nacional, quais os vossos principais objectivos nesta competição?
NUNO FRANCO: O meu primeiro objectivo é dar uma boa formação aos meus atletas para haver continuidade no futuro. No que diz respeito a esta época pois as coisas correram melhor dos que as expectativas, embora esteja sempre presente na mente de qualquer treinador ser campeão, esse, não era o principal objectivo, aconteceu e estamos todos satisfeitos por isso mesmo, principalmente toda a equipa técnica que soube, ao longo da época, lidar e resolver todas as situações que foram surgindo. Na competição que vamos disputar, a Taça Nacional de Juniores, apenas queremos ganhar experiência, cumprindo mais uma vez com o nosso trabalho, tentar fazer boas exibições e tentar estar ao nível das outras equipas, mostrando que no Algarve já se pratica futsal de bom nível.
Partimos para esta prova com a consciência que não estamos ao nível dos nossos adversários, principalmente nas condições de trabalho, mas com humildade, muito espírito de sacrifício, temos a certeza que vamos dignificar o emblema do clube e a cidade de Portimão.


Todos os atletas que tens na equipa de juniores, têm um trajecto no futsal ou recebeste alguns atletas que começaram a jogar este ano futsal?
NUNO FRANCO: Posso dizer que a maior parte do nosso plantel de juniores tem apenas 2 anos de futsal, 80% da equipa é oriunda do futebol 11 e foram inscritos no GEJUPCE na época 2008/2009. Esta situação tornou as coisas mais difíceis para nós, o que ao fim ao cabo fez com que a vitória final tivesse ainda mais sabor.


Portimão é uma cidade que gosta de futsal, tem várias equipas, e aparecem sempre equipas de grande qualidade na formação, em tua opinião o que está a faltar para se afirmarem no futsal sénior, já que na formação têm tido várias equipas campeãs distritais, desde escolas a juniores como é o vosso caso.
NUO FRANCO: No que diz respeito ao escalão Sénior, pois no caso da GEJUPCE que já esteve a disputar o Campeonato Nacional da 3ª Divisão durante 3 anos onde jogou na altura o “Paulinho”, jogador que foi formado na GEJUPCE, e que se encontra nesta época a disputar o Campeonato Nacional 1ª Divisão representando o Clube Futebol Os Belenenses, penso que, entre outras situações, a falta de uma boa gestão e de coordenação, ao nível dos Seniores, levou a que o clube se encontre na posição em que está. Actualmente e com alguma mudança de mentalidades e remodelação ao nível de treinadores e alguns colaboradores, penso que estamos no bom caminho para que o escalão sénior atinja patamares mais altos, sendo que o primeiro objectivo é o de subir à 1ª Divisão Distrital, o que só não foi possível este ano, não foi por falta de trabalho ou empenho mas sim porque a época não correu bem em momentos importantes e a sorte não esteve do nosso lado. Gostaria de salientar o trabalho feito pelo Mister Francisco Branco e o seu adjunto Dário Fernandes.


Nos atletas que treinas e vão subir ao escalão principal, vês alguns com qualidades para se imporem na equipa sénior?
NUNO FRANCO: Em relação aos atletas que estão comigo e que vão subir ao escalão principal, na próxima época, é que existe qualidade e têm condições para se afirmarem quando chegar a altura de serem integrados no plantel sénior. Também sou da opinião que existem condicionantes que podem fazer com que isso não aconteça, vai depender muito da mentalidade, atitude, vontade e entrega de cada atleta.


Muitas vezes os atletas perdem-se nesta transição do futsal júnior para o sénior, porque achas que isso acontece com tanta frequência?
NUNO FRANCO: A transição dos atletas do escalão de juniores para seniores é sempre muito complicada. Existem dois factores, na minha opinião, que mais influenciam a integração e estabilidade do atleta no escalão principal, um deles é o factor idade em que os atletas ainda têm uma mentalidade muito jovem, ou seja, pensam que já sabem tudo e que já não há nada para aprender, o que não corresponde à realidade. O futsal é uma modalidade que se desenvolveu bastante nestes últimos anos e que está sempre em constante evolução. Por outro lado, o outro factor será, também a mentalidade dos treinadores, que têm a obrigação de apoiar, incentivar e principalmente saber dar o tempo necessário ao jogador para que ele crie confiança e consiga conquistar o seu próprio espaço.


Como funciona a vossa divulgação por forma a angariarem novos atletas?
NUNO FRANCO: Actualmente a GEJUPCE não tem qualquer método de captação para novos jogadores, felizmente de ano para ano eles têm aparecido. Talvez seja a referência do próprio clube e também por este se ter dedicado, desde sempre à arte do futsal e por isso mesmo passando a ser dos mais conhecidos, a nível do Algarve, a praticar esta modalidade. Qualquer das maneiras, no que diz respeito a escalões mais baixos estamos a pensar para a próxima época elaborar um plano com vista à captação de jovens atletas, já que estamos a notar uma quebra no aparecimento de jogadores, nesses escalões.


Quais as maiores dificuldades que tens sentido para a organização do trabalho semanal? Para o sucesso de uma equipa conta muito o trabalho que se tem durante a semana de treinos.
NUNO FRANCO: Actualmente a cidade de Portimão debate-se com vários problemas ao nível de espaços para a prática do desporto. As infra-estruturas existentes não têm capacidade de resposta para todas as associações e clubes que não possuem espaços próprios e o GEJUPCE estando incluído nessa situação e sendo um clube que movimenta 120 atletas sente na pele as dificuldades para poder efectuar os seus treinos diariamente. Por exemplo, no meu caso, para fazer um trabalho completo necessitaria de 6 horas semanais, isso não só não aconteceu, porque só tínhamos 4 horas semanais, como também tínhamos que nos deslocar à Mexilhoeira Grande, tendo que fazer 15km para podermos treinar. A autarquia tem-nos apoiado e entre outras coisas, cede-nos os espaços para os treinos e jogos oficiais e o transporte para os jogos que são feitos fora da cidade de Portimão. Aproveito para agradecer, em nome do clube, todo o apoio que a Câmara Municipal de Portimão nos tem prestado ao longo destes anos, contribuindo para o crescimento do GEJUPCE (GIL EANES JUVENTUDE PORTIMONENSE CLUBE), e para o desporto em geral, dignificando cada vez mais a cidade de Portimão.


Numa sequencia de perguntas e respostas rápidas:

Qual o melhor treinador português?
NUNO FRANCO: Alípio Matos (Belenenses) e Paulo Fernandes (Sporting).


Qual o melhor treinador algarvio?
NUNO FRANCO: Rosa Coutinho (Albufeira Futsal)


Qual o melhor jogador português?
NUNO FRANCO: Ricardinho (Benfica)


Qual o melhor jogador algarvio?
NUNO FRANCO: Paulinho (Belenenses)


Qual a melhor equipa algarvia?
NUNO FRANCO: Albufeira Futsal


Existe algum jogador algarvio em condições para jogar num grande?
NUNO FRANCO: Sim existe, Paulinho (Belenenses)


Agradeço a colaboração do Nuno Franco, e desejo a toda a equipa da Gejupce, sorte para a Taça Nacional de Juniores.
.
Luis Barradas