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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A MINHA VISÃO...

DISTRITAL – 1ª. DIVISÃO
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Num Campeonato de grande emoção e de grande equilíbrio, à entrada para a 15ª. Jornada temos 4 equipas bem colocadas na luta pelo título Algarvio e respectiva ascensão à 3ª. Divisão Nacional.
A “Casa Benfica VRSA”, assumidamente candidata e a fazer um campeonato de grande segurança, com jogadores experientes, e a desenvolver um Futsal de qualidade, chegou ao 1º. Lugar e parece não querer vacilar. Uma equipa muito bem orientada por Fernando Vasques, que sabe o que quer.
Outro dos grandes candidatos é o “Sto. Estêvão”, numa aposta clara num dos treinadores mais experientes do Algarve Tomás Viegas. A equipa tem tido altos e baixos, devido também à inexperiência dos seus jogadores, mas nos últimos jogos encontrou o equilíbrio, conseguindo até algumas goleadas.
O 3º. Candidato é a equipa do “S. Pedro”, todos os anos, renasce esta equipa orientada por Carlos Juliano, fez uma grande primeira volta, sempre na frente do campeonato, mas nas ultimas jornadas quebrou frente a dois directos adversários ao titulo, mas desta equipa tudo se pode esperar, parece ter 7 vidas.
O 4º candidato é a equipa do “Sapalense”, por muitos inicialmente o principal favorito ao titulo Algarvio, por ter sido a equipa que desceu dos nacionais. Com um inicio de campeonato intermitente e a fazer um campeonato de trás para a frente, chegou-se ao topo da tabela e parece querer mostrar que têm que contar com a formação de António Gonçalves.
A 8 jornadas do final do campeonato, encontra-se tudo em aberto, com equipas do meio da tabela a jogarem por fora mas com grande importância para o desfecho do campeonato.
Espero que todos os intervenientes saibam desfrutar deste momento, pelo qual o Futsal Algarvio atravessa, sem questões extras a mancharem o que falta para o término do campeonato.
Para os melhores jogos, ou seja, para os jogos de maior importância, devem ser nomeados os melhores árbitros, e que estes consigam passar despercebidos e que não queiram ser os principais intervenientes no jogo, esses são os jogadores e treinadores.
Para bem da nossa modalidade, para que o Futsal Algarvio evolua temos que ter melhor formação, tanto a nível de jogadores, treinadores, dirigentes e árbitros.
Desejo sorte aos intervenientes.

Luis Barradas

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

ENTREVISTA A JULIANO - TREINADOR S. PEDRO

NOME: Carlos Juliano
CURSO TREINADOR FUTSAL: II Nível
ANOS COMO TREINADOR: 6
CLUBES QUE TREINOU: S.Pedro F.C.F.
IDADE: 37 anos

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O Blog vai entrevistar vários treinadores Algarvios de forma a dar a conhecer a forma como trabalham o que pensam e as suas grandes necessidades. Começamos por Carlos Juliano, Treinador do S. Pedro equipa de Faro e actual primeira classificada do Campeonato Distrital da 1ª. Divisão.
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A equipa do S. Pedro é reconhecida pelo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo destes anos.
Todos os anos consegues montar uma equipa competitiva, mesmo perdendo jogadores importantes.
Há vários anos que lutam pelo título Algarvio e consequentemente a subida aos Nacionais, mas algo corre mal na recta final de cada época.

JULIANO: Em 2005/06 e 2006/07 o S. Pedro terminou em 2º lugar; nas duas épocas seguintes terminou em quarto; em 2005/06 começámos mal e tivemos um segunda volta impressionante, sem derrotas, ficando a um ponto do vencedor mas registando vitórias nos últimos sete jogos onde defrontámos o 1º, o 3º e o quarto classificados; em 2006/07 liderámos durante toda a competição mas fomos prejudicados pelas 16 expulsões ocorridas (disputámos o jogo em Martinlongo, 19ªjornada, com 5 jogadores de campo seniores e um júnior), por factores externos, pela imponderabilidade que sempre acontece no desporto e por alguns erros próprios; estes foram os anos em que tivemos plantéis mais fortes; nos dois anos seguintes conseguimos andar na frente mas não tivemos um plantel suficientemente equilibrado que nos permitisse terminar na frente.

Nas quatro épocas que referi sofremos sempre com a débil estrutura que possuímos que não nos permite controlar da melhor forma os vários factores decisivos para o sucesso como sejam as condições estruturais e humanas, a organização do clube para dentro e para fora e a estabilidade emocional dos jogadores que vão sendo aliciados por outros emblemas ao longo da época; na verdade, as pessoas que trabalham para o clube como o Luis Matias, o Pedro Cláudio, a Laura, o Lopes, o Miguel, os capitães de equipa Óscar, Pinto e Beto, eu próprio e outros pessoas que por cá já passaram, fazemo-lo a título gratuito e de forma não profissional pelo que, não obstante o enorme esforço realizado, os factores críticos de sucesso não são devidamente controlados.
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Que tem corrido mal nos finais de época?
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JULIANO: Os problemas que o clube tem e os factores críticos de sucesso que não controlamos de todo vão-se agravando ciclicamente ao longo da época. Se um jogador não joga por opção do treinador vai aceitar tanto melhor quanto maiores forem as contrapartidas que o clube lhe ofereça; se é aliciado por outro clube é menos vulnerável se se sentir completamente integrado pela estrutura e se tiver alguma compensação financeira; face a este enquadramento, o trabalho do treinador no sentido de ter uma equipa competitiva e disciplinada evitando, simultaneamente, a saída de jogadores, é muito difícil e vai-se tornando mais difícil à medida que a época vai avançando.

Vou dar um exemplo. Para o primeiro jogo da época tive 16 jogadores disponíveis. Entretanto, mais um foi inscrito. Para o próximo jogo com o Stº Estêvão amanhã, entre lesionados, doentes com gripe, ou por outros motivos, a convocatória incorpora 11 jogadores dos quais três eram juniores o ano passado, um está convocado mas “preso por arames”, e dois não jogaram futsal o ano passado. Esta situação poderá manter-se ou agravar-se até final da época porque não sendo remunerados, por vezes os jogadores têm que optar entre o futsal e a sua via privada, familiar ou profissional.


Este é o ano do S. Pedro?

JULIANO: Penso que poderá acontecer uma situação idêntica aos outros anos, os problemas organizativos internos irresolúveis por falta de meios juntamente com determinados factores que não controlamos nem queremos controlar, tornam o título numa miragem. A possibilidade do S.Pedro ser campeão nos juniores femininos é mais real.

Reconstruir todos os anos uma equipa é um grande mérito teu, não é fácil transmitir aos novos atletas rotinas que já foram adquiridas pelos que já estão no clube à algum tempo, qual o segredo?

JULIANO: Este ano foram inicialmente inscritos 17 jogadores. Nenhum jogador tem qualquer remuneração. Dos 17 jogadores, quase 50% não jogaram futsal sénior na época anterior; realizamos apenas 2 treinos por semana; face a este enquadramento, só com a grande ajuda de todos jogadores que transitaram da época anterior, nomeadamente os capitães e os mais experientes, e o auxílio indispensável do Luis Matias e do nosso Presidente Pedro Cláudio, foi possível integrar com alguma eficácia os mais novos nos princípios do clube e no modelo de jogo da equipa. Este processo continua e está longe de terminar.

Um treinador nunca está satisfeito com a equipa que tem, acha sempre que poderia ter outro ou outros jogadores, para ficar mais forte.
Este é o melhor plantel que já tiveste, ou melhor, será esta a equipa mais equilibrada?

JULIANO: As equipas com o conjunto de jogadores mais forte foram as de 2005/06 e 2006/07; a deste ano é forte mas veremos no fim se é a melhor.
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O S. Pedro tem um misto de atletas experientes com alguns jovens, é fácil gerir esta mescla de atletas?

JULIANO: Sim, muito fácil, quando os jovens têm motivação e bons valores.

A maior parte das equipas do Distrital joga em 3x1, muito poucas utilizam o 4x0, será por não terem rotinas / ou não terem o conhecimento ideal para a utilização do 4x0. Digo isto porque, também vejo que quem joga em 3x1, utiliza um pivot móvel que muitas vezes cai numa ala. Será que o pivot está em vias de extinção ou é também uma evolução dessa posição específica?

JULIANO: Mais importante do que o sistema é a dinâmica, as rotinas e os princípios; um bom pivot é útil a qualquer equipa e pode ser utilizado nos dois sistemas; a sua maior ou menor mobilidade dependerá das rotinas da própria equipa e do adversário.

O Campeonato deste ano está muito equilibrado, mas o equilíbrio não é sinónimo de qualidade. Em tua opinião é um campeonato nivelado, mas de qualidade ou por baixo?

JULIANO: Ainda não jogámos com todas as equipas; como em todos os anos, há quatro ou cinco equipas que lutam para o primeiro lugar e outras tantas mais limitadas que não poderão lá chegar; tenho visto poucos jogos não tenho opinião segura.

Quem vê a equipa do S. Pedro, observa uma equipa com princípios de jogo, com rotinas adquiridas, achas que o atleta Algarvio está preparado para trabalhar semanalmente, para aplicar durante o fim-de-semana o conhecimento adquirido?
Pergunto isto porque vejo muitas equipas na 1ª. Divisão Distrital, que não têm essa preocupação, não existe trabalho, é feito tudo no improviso.

JULIANO: Cabe aos treinadores serem exigentes com os seus jogadores no sentido de o jogo ser o reflexo ou um prolongamento do que se faz nos treinos.

Actualmente começa a aparecer o que eu chamo de geração do Futsal, ou seja, atletas que chegam a seniores com formação no Futsal, o que não acontecia há uns anos atrás, porque só vinha para o Futsal quem não tinha sucesso no futebol 11.
Que importância tem para ti a formação do atleta, na nossa modalidade?


JULIANO: É obviamente essencial porque as características do jogador de futsal são muito diferentes das do jogador de futebol 11; esta época temos dois jogadores, um ainda júnior e o outro 1º ano de sénior, que tiveram essa formação e que têm grande facilidade em apreender as rotinas, os métodos de jogo, os princípios, etc.
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A estrutura da equipa do S. Pedro tem sido mais ou menos a mesma ao logo destes anos. Que apoios têm e quais a vossas maiores necessidades?

JULIANO: Apenas temos o apoio da firma Elevis Elevadores que cobre 50% do orçamento anual dos seniores; apoio público financeiro não temos desde há três anos para cá; apenas utilizamos a carrinha de 9 lugares da Junta de Freguesia de S. Pedro. Nada mais.

O projecto e trajecto do S. Pedro, tem sido de grande consistência e equilibrado, temos visto muitas equipas que entraram no Futsal com a ambição de subirem aos nacionais e se não conseguem nos 2 primeiros anos esse projecto acaba. O S. Pedro não vive com a ansiedade e necessidade de se afirmar no panorama nacional e ser mais um?
Parece quererem cimentar estruturas e darem um passo de cada vez, é esse o segredo?


JULIANO: Não recebendo qualquer apoio financeiro para além do referido, não podemos ter grandes ambições a não ser ter uma equipa competitiva, que joguem bem, com valores desportivos e humanos adequados, e que tente acabar cada campeonato o mais acima possível; se alguma vez formos campeões avaliaremos, na altura, os apoios que podem chegar.

Nunca seremos mais um porque somos o S. Pedro.
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A formação num clube é importante, no entanto o S. Pedro este ano não tem escalões de formação, excepto as juniores femininas. É por terem poucos apoios que não investem mais na formação?
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JULIANO: Tivemos três escalões de formação há três época atrás mas desistimos devido às dificuldades financeiras óbvias com que nos deparámos. As juniores femininas são praticamente auto-suficientes porque pagam uma quota anual para poder jogar.

Que análise fazes ao Futsal Algarvio?

JULIANO: Está em evolução e vai continuar a evoluir; seria importante ter uma equipa na 1ª divisão.
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Existem duas divisões nos distritais, parece existir um grande desnível, nas equipas. Os nossos campeonatos estão bem estruturados?
Todos os anos aparecem e desaparecem equipas, isso também não é benéfico.


JULIANO: Presumo que muitas equipas que tiveram a mesma motivação que nós quando começámos têm também depois os mesmos estrangulamentos e, não tendo condições, acabam por desistir.

O S. Pedro é uma equipa de Faro, a capital Algarvia parece este ano querer mostrar que tem potencial. Tem uma equipa nos nacionais, duas na luta pela subida aos nacionais e aparece o Bonjoanenses na segunda divisão distrital. Acreditas que existe espaço para tantas equipas?
A autarquia tem demonstrado interesse em apoiar os clubes em termos de infra-estruturas. Já que só existe 1 pavilhão e todos sabemos as condições que tem.

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JULIANO: Desde que existam jogadores, treinadores e dirigentes com ambição, o limite é aquele que a capacidade humana demonstrar. Se o Bonjoanenses tem ambição de construir um projecto, se foram dadas condições públicas para o desenvolver, não vejo qualquer problema.
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Ao fim de 8 jornadas e com o conhecimento que tens do Distrital, e faltando ainda tanto para o término do mesmo, quem são as equipas que se apresentam em melhores condições para lutarem até ao fim pelo titulo Algarvio?

JULIANO: O Atalaia, A casa do Benfica, o Santo Estevão e o S. Pedro.

Estamos bem representados nos campeonatos nacionais?

JULIANO: Sim.

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Numa sequencia de perguntas e respostas rápidas:

Qual o melhor treinador português?
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JULIANO: Alípio Matos

Qual o melhor treinador Algarvio?

JULIANO: Tomás (actualmente no Stº Estevão)

Qual o melhor jogador português?

JULIANO: Pedro Costa

Qual o melhor jogador Algarvio?

JULIANO: Pedro Cary

Qual a melhor equipa Algarvia?

JULIANO: Albufeira Futsal

Quem vai ser campeão Distrital?

JULIANO: Não sei
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Existe algum jogador algarvio em condições para jogar num grande?

JULIANO: Sim, o Maia do Albufeira Futsal, Mica e Pedrinho do Louletano.

Agradeço a tua disponibilidade e boa sorte para o resto do campeonato.

Luis Barradas