terça-feira, 13 de abril de 2010

ENTREVISTA COM PEDRO GUERREIRO - TREINADOR DO SILVES


NOME: Pedro Guerreiro
CURSO TREINADOR FUTSAL: Nível II
ANOS COMO TREINADOR: 3 anos
CLUBES QUE TREINOU: Silves F.C; Padernense Clube; Silves F.C.
IDADE: 25 anos
A equipa do Silves reaparece este ano, depois de na época de 2007/2008 ter acabado o campeonato da 1ª. Divisão Distrital em 6º. Lugar. A 3 jornadas do final do campeonato consegue a subida de divisão, e na penúltima garante o título do Campeonato.
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Pedro o objectivo para a presente época foi conseguido?

PEDRO GUERREIRO: O Objectivo para a presente época, não só foi conseguido, como houve a necessidade de reajustar os objectivos inicialmente pré-estabelecidos que consistiam na construção de uma equipa competitiva capaz de expressar um futsal ao nível das exigências da competição. Perante os bons resultados e o rendimento positivo da equipa, a ambição da subida de divisão justificou o objectivo principal da presente temporada.
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Que impacto tem a vossa subida de divisão?

PEDRO GUERREIRO: O impacto passa uma pouco pelo reconhecimento do trabalho efectuado. A equipa é constituída por atletas que no ano transacto não se encontravam no activo, e outros vindos de campeonatos menos conseguidos. Assim sendo, a valorização individual e colectiva toma maiores proporções e consequentemente o impacto por este feito surge naturalmente. De qualquer modo estamos expectantes em relação ao impacto no seio do clube.
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O Silves abandonou a modalidade em 2008, ficando classificado em 6º. Lugar no campeonato principal. Que mudou dessa altura para cá, para que houvesse novo investimento na modalidade. Não seria mais expectável e uma aposta mais correcta se tivessem continuado, e adquirindo experiência, poderiam neste momento estar noutra posição?

PEDRO GUERREIRO: Silves abandonou a modalidade em 2008 por razões puramente directivas, e a verdade é que tais nunca apresentaram uma justificação clara.
Sem duvida que uma aposta na continuidade teria os seus frutos mais cedo, actualmente queremos acreditar num trabalho continuo a longo prazo e não a curto prazo.



Muitos clubes apostam na modalidade à espera de resultados imediatos e se esses objectivos não são conseguidos, fecham as portas. O que pretendo saber é se o Silves está apostado em investir no Futsal, mesmo que os objectivos de subida não sejam conseguidos?

PEDRO GUERREIRO: Não acredito em projectos cujos objectivos estabelecidos apresentem resultados imediatos. Silves apresenta um nome de relevo no Algarve, e o investimento no Futsal, na minha opinião, representa uma mais-valia para o clube. Evidentemente que uma avaliação da situação inicial de acordo com a realidade do clube facilita a projecção mais ou menos ambiciosa da equipa, que presentemente não considera a subida ao nacional um objectivo primordial competitivo.
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O Concelho de Silves aparece este ano com 3 equipas, duas delas candidatas à subida ao escalão principal (Silves e S. Bart. Messines) e curiosamente a equipa que se encontra pior classificada (Tunes) fez uma aposta na formação o que não acontece com a vossa equipa. Não é prioridade do vosso clube apostar na formação?

PEDRO GUERREIRO: A prioridade inicial do Clube e mais propriamente ao nível das modalidades de Pavilhão, consistia no arranco de uma equipa de Futsal, a qual servisse de incentivo ao aparecimento de escalões de formação. Penso que Silves F.C tem as condições indispensáveis para a aprovação da formação na modalidade. Apesar de ser uma decisão que não passa pela minha pessoa, sou defensor e aprovo referenciando a importância da prática em escalões etários mais novos.
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Que análise fazes ao campeonato da 2ª. Divisão?

PEDRO GUERREIRO: O campeonato da 2ª divisão é bastante competitivo ao contrário do que se pensa. Num campeonato em que se contabiliza os pontos perdidos, a emotividade dos jogos são uma constante. Todas as equipas ambicionam algo mais que somente um passeio pelo campeonato, tratando-se portanto de uma prova bastante competitiva, não existindo grandes diferenças ao nível das equipas.


Muita gente ainda olha para o Futsal como uma modalidade secundária, para a qual só vem o atleta sem condições de triunfar no futebol 11. Mas a realidade já não é essa, encontraste essa mentalidade no teu grupo de trabalho (nos próprios atletas e dirigentes)?

PEDRO GUERREIRO: A modalidade nos dias de hoje já ultrapassa muitas das vezes essa perspectiva, de qualquer modo, acredito que na prática esse transfere até pode ser bem conseguido ao nível da formação. Felizmente o nosso grupo de trabalho beneficia de alguns jogadores que somente fizeram formação em futsal e outros que apesar das suas formações em futebol já experienciam a modalidade há vários anos. A mentalidade da equipa é trabalhar o futsal.
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Actualmente começa a aparecer o que eu chamo de geração do Futsal, ou seja, atletas que chegam a seniores com formação no Futsal, o que não acontecia há uns anos atrás, porque só vinha para o Futsal quem não tinha sucesso no futebol 11.
Que importância tem para ti a formação do atleta, na nossa modalidade?


PEDRO GUERREIRO: A formação do atleta na modalidade de futsal tem toda a importância, na medida em que possibilita uma maior adaptabilidade às necessidades modelares da equipa, conciliando os objectivos de preparação e os objectivos competitivos de forma eficaz.


Conseguiste a subida de divisão e olhando para o campeonato deste ano, como vês este equilíbrio, a incerteza de quem vai vencer e de quem desce?

PEDRO GUERREIRO: Este equilíbrio não me surpreende, uma vez que existem cada vez mais equipas a trabalharem o futsal, jogo organizado, o que torna os campeonatos bastante competitivos e uma incerteza até ao desenlace do mesmo. O equilíbrio da competição só beneficia o rendimento dos jogadores.
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Quais as maiores dificuldades que tens sentido para a organização do trabalho semanal? Para o sucesso de uma equipa conta muito o trabalho que se tem durante a semana de treinos.

PEDRO GUERREIRO: Sem dúvida que o sucesso de uma equipa depende do trabalho realizado durante a semana, ou semanas. Quando se tem um pavilhão próprio existe a possibilidade de conciliação dos dias dos treinos de acordo com as disponibilidades das pessoas. A frequência aos treinos foi chave para o sucesso. Relativamente às minhas dificuldades sentidas prende-se um pouco pelo excesso de carga profissional e escolar mais o futsal, a organização das tarefas atempadamente torna-se fundamental para a realização de um trabalho correcto, como tal conto com a ajuda preciosa do adjunto Francisco Belchior e disponibilidade total dos jogadores em dias e horários de treino previamente estabelecidos.


Que análise fazes ao Futsal Algarvio?

PEDRO GUERREIRO: Acredito que o futsal algarvio está num bom caminho, apesar de algumas adversidades inerentes à prática desportiva. Duas equipas na 2ª divisão nacional e três equipas na 3ª divisão, mais uma que há-de subir já revelam bons indicadores do nosso Algarve. Quero acreditar que num futuro não muito próximo o número de representações algarvias em campeonatos nacionais cresça de modo exponencial.
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Existem duas divisões nos distritais, os nossos campeonatos estão bem estruturados?
Todos os anos aparecem e desaparecem equipas, isso também não é benéfico.


PEDRO GUERREIRO: Sinceramente não acho que os campeonatos estejam bem estruturados, o período competitivo torna-se curto e o transitório bastante longo. Os atletas estão muito tempo parados e ao nível da forma desportiva, dificilmente se consegue um equilíbrio das capacidades dos jogadores. O aparecimento e desaparecimento de equipas só prejudica os campeonatos em sim mesmos, e suas estruturas.
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Que apoios têm em termos de infra-estruturas, o pavilhão é do Silves, mas em termos de material, transporte e mesmo em termos de autarquia?

PEDRO GUERREIRO: Em termos de infra-estruturas, o Silves utiliza um espaço próprio com o material didáctico indispensável à modalidade. O transporte para os jogos é assegurado pelas viaturas do clube. Em relação aos apoios autárquicos não sou a melhor pessoa para responder a essa questão por desconhecimento dos apoios directos ao clube, de qualquer modo é normativo a autarquia apoiar o Desporto em geral. Saliento o apoio incondicional da gráfica zambujo, na oferta de equipamentos de jogo e acessórios, e publicidade ao emblema do clube.
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A população de Silves gosta de Futsal?

PEDRO GUERREIRO: A população de Silves revelou uma aproximação à modalidade. O sucesso da equipa levou alguns curiosos e simpatizantes, e adeptos do Silves ao pavilhão. A maior afluência registou-se nos jogos ditos “derbis”, ou “clássicos”. Não posso deixar de lembrar que um dos objectivos da modalidade é “estimular” e aproximar novas gentes à instituição. Existem pessoas em Silves que gostam de futsal.
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Quais os objectivos para o futuro?

PEDRO GUERREIRO: Os objectivos a curto prazo estão a ter o efeito necessário ao aparecimento de objectivos mais ambiciosos. De um modo generalista passa pelo desenvolvimento de um trabalho progressivo e continuo que estimule o aparecimento de escalões de formação, a prática de outras actividades de pavilhão, como forma de aproveitamento/ espectáculo no espaço desportivo. (estes são os objectivos do grupo de gestão das modalidades).
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Estamos bem representados nos campeonatos nacionais?

PEDRO GUERREIRO: Acho que estamos bem representados nos campeonatos nacionais, 5 equipas nos nacionais que passam a 6 equipas, são provas de um bom registo do futsal Algarvio que não tem muitas equipas. Uma aposta válida dos clubes ao nível do futsal, e a representação será sempre positiva.


Numa sequencia de perguntas e respostas rápidas:
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Qual o melhor treinador português?

PEDRO GUERREIRO: Paulo Fernandes.
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Qual o melhor treinador algarvio?

PEDRO GUERREIRO: Nuno Xabregas.
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Qual o melhor jogador português?

PEDRO GUERREIRO: Pedro Costa.
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Qual o melhor jogador algarvio?

PEDRO GUERREIRO: Pedro Cary.


Qual a melhor equipa algarvia?

PEDRO GUERREIRO: Albufeira Futsal.
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Existe algum jogador algarvio em condições para jogar num grande?

PEDRO GUERREIRO: Não existe.

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Obrigado grande abraço
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PEDRO GUERREIRO: Eu é que agradeço esta oportunidade. Um obrigado.

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Luis Barradas

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